O número de casos de
dengue apresentou um crescimento de 116%, na Paraíba. Os dados do Boletim
Epidemiológico divulgados pela Secretaria de Estado de Saúde revelam 13.194
casos prováveis da doença neste mês. O infectologista do Sistema Hapvida em
João Pessoa, Fernando Chagas, destaca que, apesar da atenção de todos estar
voltada para covid-19, a população deve ficar atenta a outras doenças já
existentes, como é o caso da dengue.
“Precisamos compreender
que a covid-19 tem sido o foco de toda a população, por tudo que ela provocou
ao longo desses quase dois anos. Mas outras doenças estão por aí e fazendo suas
vítimas, como a dengue, que merece a nossa atenção e é uma doença passível de
prevenção a partir de hábitos que venhamos a ter no nosso dia a dia”, destaca.
Chagas lembra que a dengue
é uma doença viral, ou seja, é causada por um vírus, mas que necessita de um
vetor para contaminar e este é o mosquito Aedes Aegipty, que atua transmitindo
a doença de pessoa a pessoa por meio do mosquito fêmea. O infectologista
explica que a dengue se diferencia da covid-19 não só em sua forma de contágio,
mas também pelos sintomas apresentados.
“A dengue é uma doença
febril, diferente da covid-19 que é uma doença gripal. Ela atinge o corpo todo
causando dor muscular, dor de cabeça, moleza e tem uma característica
interessante, que é a dor de cabeça ao redor dos olhos; podendo surgir ainda
manchas pelo corpo a partir do quarto dia de doença e é autolimitada, durando
em média cinco dias”, diferencia.
Fernando Chagas ressalta que a dengue merece tanto atenção quanto a covid-19, isso porque a dengue pode evoluir para forma grave – antes conhecida como febre hemorrágica da dengue – que é caracterizada pela queda brusca de plaquetas sanguíneas gerando o risco de sangramento. Nesta forma grave, há sangramento pela gengiva, pode ocorrer dor abdominal intensa, queda da pressão arterial, em alguns casos há necessidade de internação e risco de morte.
Tratamento – Apesar dos
riscos apresentados pela dengue, a doença possui tratamento, mas este não é
específico, conforme explica o infectologista.
“Não existe um tratamento
específico para dengue, geralmente é feito da seguinte forma: está com dor de
cabeça, toma remédio para dor de cabeça; está com moleza, descansa, fica em
repouso. Mas um fator importante é a hidratação. Uma pessoa com dengue tem que
se hidratar, e muito, muito mesmo! Isso porque uma característica da doença é
causar desidratação e queda na pressão arterial. Então, é muito importante
tomar água para manter-se sempre bem hidratado”, enfatiza Chagas.
Prevenção – Fernando
Chagas destaca que é possível prevenir a dengue e afirma que o caminho para
esta prevenção é combater a proliferação do mosquito e sugere: “Observar as
situações em casa, pois 80% das criações de mosquito se dão dentro do próprio
domicílio. É importante ficar atento às tampinhas de garrafa, a qualquer
recipiente que possibilite o acúmulo de água parada pode ser um espaço para
criadouro do mosquito. É importante uma vez por semana limpar a área de jardim
e quintal para eliminar qualquer possibilidade de foco”, orienta.
Outra forma de prevenir a
ação do mosquito Aedes Aegypti é fazendo o uso de repelentes ao final do dia,
já que é o horário em que a fêmea mais entra em ação. “Colocar telas nas
janelas e sempre fechá-las no finalzinho da tarde são algumas outras
estratégias que se pode utilizar”, elenca.
Alerta – O infectologista reforça que o
mosquito Aedes Aegypti também é responsável por causar outras arboviroses, como
a Zika e a Chikungunya. “Sendo assim, combater o mosquito causador da dengue é
combater também essas outras doenças”, finaliza.
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