A América Latina vai
emergir da pandemia da covid-19 com taxas mais altas de pobreza, já que os
esforços para controlar o vírus levaram a saltos no desemprego e no
endividamento, afirmou em entrevista o presidente do Banco Interamericano de
Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno.
A região, onde o
crescimento econômico já vem desacelerando nos últimos anos, deverá registrar
contração econômica entre 8% a 10% em 2020, como resultado do novo coronavírus
e das medidas de quarentena associadas, disse Moreno.
A pandemia "vai
empobrecer não apenas os latino-americanos, [mas também] o mundo em geral, mas
claramente a América Latina será mais afetada porque somos uma região [de
mercado] emergente", afirmou.
O BID, que é o maior
credor regional da América Latina, aprovará neste ano quase US$ 20 bilhões em
empréstimos.
Cerca de US$ 15 bilhões
serão destinados aos governos para fortalecer os sistemas de saúde,
acrescentou.
Venezuela
Embora a maior contração
da região tenha ocorrido na Venezuela, Moreno disse que o BID não pode
financiar o governo do presidente Nicolás Maduro porque seu governo está
inadimplente em empréstimos de cerca de US$ 700 milhões.
A Venezuela está em
recessão há seis anos e a inflação anualizada ultrapassa os 3.500%, segundo a
Assembleia Nacional – controlada pela oposição e que calcula indicadores
econômicos devido a atrasos na divulgação de dados oficiais.
"Não há absolutamente
nada que possamos fazer pela Venezuela", disse Moreno. "Não há país
na história da humanidade que tenha sofrido uma contração tão profunda quanto a
da Venezuela sem ter sofrido uma guerra ou um desastre natural ou ambos."
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