O Brasil voltou a figurar
na lista dos 25 países mais confiáveis para o investimento estrangeiro direto
(IED), segundo indicador produzido pela consultoria norte-americana A.T.
Kearney, divulgado nesta terça-feira (16).
Após ficar de fora da
lista no ano passado, o país é a única nação da América Latina a compor a lista
no ranking de 2020. Pelo oitavo ano consecutivo, os Estados Unidos lideram como
país mais atrativo para investimentos estrangeiros, seguido por Canadá,
Alemanha, Japão e França. Completam a lista dos dez primeiros colocados, pela
ordem: Reino Unido (6º), Austrália (7º), China (8º), Itália (9º) e Suíça (10º).
O Índice de Confiança do
Investimento Estrangeiro Direto (IED) da Kearney é uma pesquisa anual feita com
executivos das 500 maiores empresas do mundo, desde 1998. As classificações são
calculadas com base em perguntas sobre a probabilidade de as empresas dos
entrevistados fazerem um investimento direto em um mercado nos próximos três
anos. A pontuação varia em uma escala de 1 a 3. No caso do Brasil, a pontuação
apurada foi de 1,65.
"Depois de sair do
ranking de 2019, o Brasil retoma uma posição este ano, ficando em 22º lugar.
Entre os fatores que impulsionaram o sentimento de investimento estão à
aprovação da reforma da previdência e os esforços do governo para ampliar as
privatizações, o que devem estimular o crescimento da economia", diz o
relatório da Kearney sobre o desempenho do Brasil.
A consultoria define
investimento estrangeiro direto como aplicação de capital por uma empresa
estrangeira em uma empresa em um país diferente. É o mesmo conceito definido
pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad),
de que se trata de “um investimento que envolve um relacionamento de longo
prazo e reflete um interesse e controle duradouros por uma entidade residente
em uma economia (investidor direto estrangeiro ou empresa-mãe) de uma empresa
residente em outra economia (IDE) empresa ou afiliada empresa ou afiliada
estrangeira)”
Efeitos da pandemia
O levantamento da Kearney
foi feito entre 27 de janeiro e 3 de março, antes da eclosão da pandemia do
novo coronavírus, e os efeitos da crise global só foram captados de forma
parcial, no final das entrevistas.
"No início do período
da pesquisa, antes da disseminação do vírus, os líderes empresariais eram
razoavelmente otimistas sobre a economia global e o futuro do investimento
direto. A covid-19 parecia estar contida na Ásia. De fato, mais investidores
disseram estar mais otimistas sobre o próximo ano do que no ano passado. No
entanto, quando os investidores perceberam que estavam 'entrando na tempestade'
nas últimas duas semanas da pesquisa, a confiança dos investidores diminuiu de
maneira previsível em todos os setores - para mercados desenvolvidos,
emergentes e de fronteira, refletindo o rápido surto da pandemia", diz a Kearney
em seu relatório.
Segundo a consultoria, os
investidores passaram a priorizar a indicação de mercados grandes e estáveis,
com estruturas políticas e regulatórias mais previsíveis. Para a Kearney, o
cenário favorece a reorientação de investimentos para as economias mais
desenvolvidas, uma tendência que já vinha sendo verificada nos últimos anos.
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