A inflação do país foi a
0,25% em fevereiro, menor resultado para o mês desde 2000, quando o índice foi
de 0,13%. A alta foi puxada pelos reajustes praticados no início do ano letivo,
especialmente referentes aos cursos regulares (4,42%). O resultado de fevereiro
foi acima da taxa de 0,21% em janeiro. Os dados são do Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgados hoje (11) pelo IBGE.
No acumulado do ano, a
inflação acumula 0,46% e, nos últimos 12 meses, o índice registrou 4,01%. Dos
nove grupos de produtos e serviços pesquisados, cinco apresentaram alta em
fevereiro. O principal destaque é o grupo educação, que apresentou a maior
variação (3,70%) e o maior impacto (0,23 ponto percentual) no índice do mês.
“É comum a educação ter o
maior impacto no mês de fevereiro, que é quando ocorrem os reajustes de
mensalidade no início do ano letivo. Então tivemos essa alta nos cursos
regulares, em que aparecem o ensino fundamental, médio, graduação e
pós-graduação e também nos cursos diversos, que incluem os preparatórios e de
idiomas, por exemplo”, explica o gerente de Índice de Preços do IBGE, Pedro
Kislanov.
“Os cursos regulares têm
grande impacto no índice porque tem um peso maior dentro do orçamento das
famílias”, observa Kislanov. Os cursos regulares tiveram alta de 4,42% e foram
o item responsável pela maior contribuição individual (0,20 p.p.) no IPCA de
fevereiro, enquanto os cursos diversos registraram alta de 2,67%, com impacto
de 0,02 p.p. Já o grupo Alimentação e bebidas desacelerou para 0,11%, afetado
novamente pela queda nos preços das carnes (-3,53%), que haviam recuado 4,03%
em janeiro.
“Com essa queda, o item
carnes está devolvendo a alta de 32,40% no acumulado de 2019, embora ainda não
tenha devolvido completamente. É importante destacar que a distribuição entre
as áreas é diferente. No Rio de Janeiro, por exemplo, os preços das carnes têm
caído mais”, comenta Kislanov. A deflação das carnes contribuiu para a
desaceleração da alimentação no domicílio (0,06%, frente a 0,20% em janeiro).
No lado das altas, os destaques foram o tomate (18,86%) e cenoura (19,83%).
A alimentação fora do
domicilio (0,22%) também desacelerou em relação a janeiro (0,82%). A refeição
(0,35%) e o lanche (0,02%) apresentaram variações menores na comparação com o
mês anterior (1,05% e 0,42% respectivamente).
O grupo transportes
(-0,23%) apresentou deflação em fevereiro, após apresentar alta de 0,32% em
janeiro. A gasolina (-0,72%) e as passagens aéreas (-6,85%) foram os maiores
impactos negativos no grupo. O grupo habitação (-0,39%) também registrou
deflação em fevereiro, após alta de 0,55% no mês anterior. A queda foi puxada
principalmente pelo item energia elétrica (-1,71%).
“A explicação para isso é
a mudança da bandeira tarifária. Em janeiro estava em vigor a bandeira amarela,
em que é cobrado um acréscimo para cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em
fevereiro passou a vigorar a bandeira verde, em que não há cobrança adicional”,
comenta Kislanov.
INPC varia 0,17% em
fevereiro
O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor, referente às famílias com rendimento monetário de um a
cinco salários mínimos, variou 0,17% em fevereiro, enquanto havia registrado
0,19% em janeiro. O resultado também é o menor para o mês de fevereiro desde 2000,
quando o índice ficou em 0,05%. O acumulado do ano foi o de 0,36% e nos últimos
12 meses, o índice apresentou alta de 3,92%, abaixo dos 4,30% registrados nos
12 meses imediatamente anteriores.
Os produtos alimentícios
variaram 0,13% em fevereiro, após registrar alta de 0,45% em janeiro. Já os não
alimentícios variaram 0,18% em fevereiro, após alta de 0,12% em janeiro.
Fonte: IBGE - Índice
Nacional de Preços ao Consumidor Amplo.
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