Mais de 350 instituições
de ensino superior públicas e privadas darão início, a partir de sexta-feira, 6
de março, ao modelo inédito de concessão de bolsas de pós-graduação — mestrado
e doutorado. A iniciativa pretende implementar critérios técnicos para
distribuir 84 mil bolsas com base no desempenho acadêmico e no desenvolvimento
do município do curso. Os estudantes que já receberam o benefício não entram na
nova regra.
A oferta das bolsas leva
em consideração os 5,7 mil cursos que possuem notas de 3 a 7, na avaliação da
Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Esses
cursos estão inseridos em três áreas: Humanidades, Ciências da Vida e Ciências
Exatas, Tecnológicas e Multidiciplinares.
Dessa forma, o modelo
revê, por exemplo, a distribuição de bolsas de estudos para cursos que possuem
a mesma nota, estão na mesma área de conhecimento e localização geográfica, mas
contam com quantitativos de bolsas muito diferentes. Também entram nesse
contexto cursos de excelência com número de bolsas inferior ao de cursos com
nota mínima permitida.
Conheça os critérios que
serão adotados no cálculo da concessão de bolsas:
Agora, as bolsas serão
distribuídas apenas para cursos dentro da mesma área de conhecimento, ou seja,
uma bolsa de Filosofia não será redistribuída para um curso de Engenharia, por
exemplo.
O modelo que entra em
vigor, a partir de março deste ano, equilibra a distribuição de bolsas com o
resultado da avaliação periódica da pós-graduação realizada pela Capes. Assim,
quanto mais elevada for à nota obtida pelo curso, maior será o número de bolsas
a que ele terá direito, valorizando o mérito acadêmico.
Para gerar impacto social
e econômico nos municípios menos desenvolvidos, a concessão de bolsas de
doutorado e de mestrado levará em conta o Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com isso, um curso localizado em cidade com o índice baixo terá peso duas vezes
maior no cálculo do número de bolsas do que um curso semelhante ofertado em um município
com índice muito alto.
O número de estudantes
titulados por curso será levado em consideração na concessão de bolsas. Para
realizar essa classificação, a Capes irá comparar o número médio de titulados
no período de 2015 a 2018 com a média de titulados do colégio (classificação
utilizada pela Capes em suas atividades de avaliação da pós-graduação).
Com foco na meta 14 do
Plano Nacional de Educação (PNE), de titular 25 mil doutores por ano até 2024,
os cursos de doutorado receberão mais bolsas do que os de mestrado – meta já
superada.
Na terça-feira, 3 de
março, a Capes comunicou as instituições sobre o modelo, que foi amplamente
discutido com o Fórum Nacional de Pró-Reitores de Pesquisa e Pós-Graduação
(Foprop). Ao longo do ano, a Capes vai monitorar o processo de implementação do
modelo, que poderá ser aprimorado em conjunto com entidades de classe e
comunidade acadêmica.
Fonte: Ministério da
Educação
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