O Índice Nacional de
Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) foi de 0,22% em fevereiro, o menor
resultado para o mês desde o início do Plano Real (1994), e ficou 0,49 ponto
percentual (p.p.) abaixo da taxa de janeiro (0,71%). Em 2019, a taxa para
fevereiro havia sido de 0,34%. O índice acumula no ano alta de 0,93% e, nos
últimos 12 meses, de 4,21%.
Esta é a primeira
divulgação do IPCA-15 com a nova estrutura de ponderação, obtida a partir dos
resultados da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) 2017-2018.
Período TAXA
Fevereiro de 2020 0,22%
Janeiro de 2020 0,71%
Fevereiro de 2019 0,34%
Acumulado no ano 0,93%
Acumulado nos 12 meses 4,21%
As menores variações vieram
dos grupos Vestuário (-0,83%) e Saúde e cuidados pessoais (-0,29%), ambos com
impacto de -0,04 p.p. no índice do mês. Além disso, o grupo Alimentação e
bebidas (-0,10%) também registrou variação negativa, contribuindo com -0,02
p.p. Na outra ponta, o destaque entre as altas foi a Educação, que apresentou
tanto a maior variação (3,61%) quanto o maior impacto (0,23 p.p.) no IPCA-15 de
fevereiro, seguida pelos Transportes (0,20%). Os demais grupos ficaram entre o
0,02% de Comunicação e o 0,31% de Despesas pessoais, conforme mostra a tabela a
seguir.
Após apresentar leve alta
no IPCA-15 de janeiro (0,10%), o grupo Vestuário registrou deflação de 0,83% em
fevereiro, influenciado pelas quedas nos preços das roupas masculinas (-1,39%),
roupas femininas (-0,83%) e roupas infantis (-0,71%). Já as joias e bijuterias
(0,64%) tiveram alta pelo oitavo mês consecutivo, embora tenha havido
desaceleração na comparação com o percentual de janeiro (1,03%).
A queda em Saúde e
cuidados pessoais (-0,29%), se deve principalmente aos itens de higiene pessoal
(-1,71%), onde foi observado recuo em perfumes (-5,06%) e em produtos para pele
(-1,30%). Já o maior impacto positivo no grupo veio do item plano de saúde
(0,60%), que contribuiu com 0,02 p.p. no índice do mês.
O grupo Alimentação e
bebidas (-0,10%) também recuou em fevereiro, devido à queda no preço das carnes
(-5,04% no mês), que foi responsável pelo impacto negativo mais intenso no mês
(-0,13 p.p.). Por outro lado, houve alta nos preços do tomate (28,96%) e da
batata-inglesa (5,23%), que já haviam subido em janeiro.
No que diz respeito à
alimentação fora do domicílio (0,38%), houve desaceleração em relação ao mês
anterior (0,99%). Enquanto a refeição apresentou alta de 0,66%, o lanche
registrou variação negativa (-0,25%), após alta de 1,30% em janeiro.
Mas a maior contribuição
no índice do mês (0,23 p.p.) veio do grupo Educação (3,61%), cujo resultado
reflete os reajustes frequentemente praticados no início do ano letivo, em
especial dos cursos regulares (4,36%), item responsável pelo maior impacto
individual positivo no IPCA-15 de fevereiro, com 0,20 p.p. Os cursos diversos
(2,71%) também subiram, contribuindo com 0,02 p.p.
Já a desaceleração no
grupo dos Transportes (0,20%) ocorreu principalmente por conta dos
combustíveis, que passaram de uma alta de 2,96% em janeiro para 0,49% em
fevereiro. Os preços da gasolina (0,21%), do etanol (2,69%) e do óleo diesel
(0,04%) subiram menos que no mês anterior (2,64%, 4,98% e 1,47%,
respectivamente). No lado das quedas, a maior contribuição negativa (-0,05
p.p.) veio das passagens aéreas (-6,68%), que caíram pelo segundo mês
consecutivo (em janeiro, a variação foi de -6,45%).
Ainda em Transportes,
destacam-se os aumentos nas tarifas dos ônibus urbanos (0,79%), principalmente
em decorrência dos reajustes de 10,00% em Brasília, vigente desde o dia 13 de
janeiro, e de 2,32% em São Paulo, em vigor desde 1º de janeiro. Os mesmos
reajustes foram aplicados também às passagens de trem e metrô. Já a variação do
item táxi (0,30%) é decorrente do reajuste médio de 2,20% nas tarifas
praticadas no Rio de Janeiro (1,34%), vigentes desde 2 de janeiro. Também houve
reajustes nas passagens dos ônibus intermunicipais (2,04%) em Salvador (0,28%),
São Paulo (4,25%) e Belo Horizonte (5,15%).
Em Habitação (0,07%),
destaca-se a mudança de bandeira tarifária no item energia elétrica (-0,12%).
Em janeiro, estava em vigor a bandeira amarela, que adiciona R$ 1,343 a cada
100 quilowatts-hora consumidos; já em fevereiro, passou a vigorar a bandeira verde,
em que não há cobrança adicional na conta de luz. As áreas apresentaram
variações que foram desde a queda de 1,32% no Rio de Janeiro até a alta de
2,09% em Goiânia.
Houve também alta de 0,28%
no gás encanado, que foi consequência do resultado de 0,94% observado no Rio de
Janeiro, onde houve aumento de 2,45% nas tarifas no dia 1º de janeiro - apesar
da redução de 1,20% aplicada a partir de 1º de fevereiro. A taxa de água e
esgoto (0,02%), por sua vez, apresentou variação por conta do reajuste de 18% ocorrido
em Belém (0,91%), vigente desde 14 de dezembro.
No que concerne aos
índices regionais, duas das onze regiões pesquisadas apresentaram deflação em
fevereiro. Conforme mostra a tabela a seguir, as regiões metropolitanas do Rio
de Janeiro e de Curitiba apresentaram queda de 0,03%.
No Rio de Janeiro, o
resultado foi influenciado principalmente pela queda nos preços das carnes
(-10,40%). Já em Curitiba, além das carnes (-3,45%), as passagens aéreas
(-11,71%) também contribuíram significativamente para o resultado do mês. O
maior índice foi registrado na região metropolitana de Fortaleza (0,48%),
influenciado pelas altas de 5,86% dos cursos regulares e de 44,33% nos preços
do tomate.
Para o cálculo do IPCA-15,
os preços foram coletados no período de 15 de janeiro a 11 de fevereiro de 2020
(referência) e comparados com aqueles vigentes de 12 de dezembro de 2019 a 14
de janeiro de 2020 (base). O indicador refere-se às famílias com rendimento de
1 a 40 salários mínimos e abrange as regiões metropolitanas do Rio de Janeiro,
Porto Alegre, Belo Horizonte, Recife, São Paulo, Belém, Fortaleza, Salvador e
Curitiba, além de Brasília e Goiânia. A metodologia utilizada é a mesma do
IPCA, a diferença está no período de coleta dos preços e na abrangência
geográfica.
Fonte: IBGE, Coordenação
de Índices de Preços, Sistema Nacional de Índices de Preços ao Consumidor.
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