Quatro integrantes da
Brigada de Incêndio de Alter do Chão foram presos, na manhã desta terça-feira
(26), por suspeita de incêndio criminoso na Área de Proteção Ambiental (APA). A
ação resultou de uma operação da Polícia Civil chamada "Fogo do
Sairé", que visa desarticular o grupo que ateou fogo no local em setembro
deste ano. A polícia também cumpriu sete mandados de busca e apreensão.
Segundo informações da
polícia, foram presos preventivamente:
Daniel Gutierrez Govino
João Victor Pereira Romano
Gustavo de Almeida
Fernandes
Marcelo Aron Cwerver
De acordo com a polícia,
foram dois meses de investigação com a coleta de indícios que apontaram para o
possível envolvimento de ONGs no incêndio, dentre elas a Brigada de Alter do
Chão. Durante coletiva de imprensa, o delegado de Polícia Civil do Interior,
José Humberto Melo Jr, disse que a polícia decidiu fazer interceptação
telefônica dos suspeitos com autorização da Justiça e monitorou conversas
telefônicas.
"Começamos a
acompanhar toda a movimentação dos quatro suspeitos. Percebemos que a pessoa
jurídica deles conseguiu um contrato com a WWF, venderam 40 imagens para a WWF
para uso exclusivo por R$ 70 mil, e a WWF conseguiu doações como do ator
Leonardo DiCaprio no valor de US$ 500 mil para auxiliar as ONGs no combate às
queimadas na Amazônia”, disse Melo Jr.
O delegado também
ressaltou que Brigada é um projeto que se autocontratava usando o CNPJ do
Instituto Aquífero Alter do Chão e recebia doações pelo CNPJ do projeto Saúde e
Alegria (PSA). E que as investigações apontaram que a intenção dos brigadistas
com os focos de incêndio na APA Alter do Chão era captar dinheiro para o
projeto.
Um dos mandados de busca e
apreensão teve como alvo a sede da ONG Projeto Saúde e Alegria (PSA). Segundo
Melo Jr, a polícia investiga a participação da ONG no recebimento de doações
para a Brigada de Alter do Chão, após o incêndio na APA. A Brigada, de acordo
com o delegado, teria recebido cerca de R$ 300 mil através do CNPJ do Saúde e
Alegria e também da ONG Instituto Aquífero Alter do Chão.
As chamas que atingiram a
APA Alter do Chão começaram no dia 14 de setembro e afetaram grande área da
mata nativa. Já no dia 15 de setembro, os brigadistas iniciaram o combate ao
fogo, que naquele momento tinha três grandes focos. O Corpo de Bombeiros e o
Exército Brasileiro também foram acionados.
O local onde as chamas
foram avistadas era de difícil acesso. Na área não havia sinal de telefone
celular, o que também prejudicou a comunicação e trabalho das equipes. A
estratégia para chegar à localidade foi por via fluvial e terrestre, por
estrada alternativa.
O combate ao incêndio
ganhou o reforço de um helicóptero, na tarde do dia 16. A aeronave buscou água
várias vezes no Rio Tapajós. Os focos de queimadas só cessaram no dia 17 de
setembro.
Fiscais da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (Semma) e uma pesquisadora do INPA percorreram uma
grande extensão da área de Ponta Pedras que foi consumida pelo fogo, para fazer
levantamento dos danos. Não foram encontrados animais mortos, porém, houve
muitos registros de animais, principalmente macacos e cotias, atravessando a
rodovia Everaldo Martins, principal via de acesso a Alter do Chã
Com informações do G1
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