O presidente Jair
Bolsonaro desembarca hoje (6) em Buenos Aires, na Argentina, em visita de
Estado ao país, o principal parceiro comercial do Brasil na América Latina.
Além do encontro com o presidente Maurício Macri, Bolsonaro se reunirá com as
principais autoridades argentinas. É a primeira visita ao país vizinho e a
segunda a um país sul-americano. Em março, Bolsonaro foi ao Chile, em um dos
primeiros giros internacionais que fez depois que tomou posse.
A corrente de comércio
entre o Brasil e a Argentina (a soma de exportações e importações) atingiu US$
26 bilhões em 2018. Embora tenha apresentado uma redução de 3,9% em relação ao
ano anterior, a Argentina se manteve como o terceiro país com maior fluxo de
comércio com o Brasil, atrás da China e dos Estados Unidos.
Programação
A previsão é que a
comitiva presidencial desembarque na capital argentina por volta das 10h
(horário de Brasília), onde será recebida com honras militares. O governo brasileiro não
informou os acordos que poderão ser celebrados entre os dois países, mas há a
expectativa da assinatura de memorandos de entendimento em áreas como indústria
de defesa, biocombustíveis, mineração e ciência e tecnologia.
O primeiro compromisso
oficial de Bolsonaro é a deposição de flores na Praça de San Martín, onde deve
ser respeitado um minuto de silêncio em
memória dos mortos em combate nas lutas pela independência da Argentina. Em
seguida, o presidente segue para a Casa Rosada, sede do Poder Executivo, onde
terá, inicialmente, encontro privado com Macri.
Na sequência, as equipes
ministeriais dos dois países fazem reunião ampliada. Bolsonaro será acompanhado
por sete ministros: Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Paulo Guedes (Economia),
Fernando Azevedo (Defesa), Tereza Cristina (Agricultura), Bento Albuquerque
(Minas e Energia), Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia) e Augusto Heleno
(Gabinete de Segurança Institucional). Também estão previstos na comitiva
presidencial a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, o governador do Rio de
Janeiro, Wilson Witzel, e o assessor internacional da Presidência da República,
Filipe Martins, além do senador Luiz Carlos Heinze (PP-RS) e do deputado
federal Marcel Van Hattem (Novo-RS).
Após a reunião de
ministros, Macri e Bolsonaro deverão fazer uma declaração conjunta à imprensa.
A programação prossegue com encontros do presidente brasileiro com a cúpula do
Congresso argentino e também com o presidente da Suprema Corte de Justiça do
país. Depois, Macri oferece um almoço para a comitiva e autoridades.
Bolsonaro também deve
participar do encerramento de um seminário sobre indústria de defesa e se
encontrar com empresários na embaixada brasileira em Buenos Aires. Às 19h, o
presidente deve transmitir sua tradicional live semanal, pelo Facebook. O
retorno ao Brasil está previsto para a manhã de sexta-feira. Bolsonaro e
comitiva embarcam às 6h40 de Buenos Aires com destino ao Rio de Janeiro, onde o
presidente participará de uma atividade no Comando da Marinha.
Eleições argentinas
Em meio a um agravamento
da crise econômica da Argentina, Bolsonaro e Macri deverão tratar também de
assuntos políticos, como as eleições no país vizinho marcadas para outubro.
O atual presidente
argentino tentará sua reeleição e Bolsonaro não esconde a simpatia pelo colega.
Em recentes declarações, o presidente brasileiro tem criticado a possibilidade
de setores de esquerda voltarem ao poder no país.
A ex-presidente Cristina
Kirchner, que governou antes de Macri, já anunciou a candidatura a
vice-presidente na chapa que será liderada pelo peronista Alberto Fernández,
que foi seu chefe de gabinete no mandato anterior.
O porta-voz do Palácio do
Planalto, Otávio do Rêgo Barros, reforçou ontem (5) a posição de Bolsonaro em
relação às eleições no país vizinho e reconheceu que o assunto deverá ser
tratado durante a visita.
"O presidente é a
favor de governos de países que compactuam com os mesmo valores, valores estes
que são fortalecidos pela democracia, pelo valor do livre mercado e das
liberdades individuais que o Brasil tanto lutou para conseguir a partir da
eleição do presidente Jair Bolsonaro. Já declarou também, por diversas vezes, o
desejo de que a esquerda não retome o poder no nosso subcontinente
sul-americano, como vemos hoje ainda na Venezuela", afirmou em entrevista.
Agência Brasil
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