O Ministério da
Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), respondeu ao Oficio nº 046/2019
do deputado estadual Moacir Rodrigues (PSL), que solicitou estudos técnicos para
implantação de polos de irrigação com águas da transposição do Rio São
Francisco e revitalização da cultura do Sisal no Estado da Paraíba.
Através de Nota Técnica, o
MAPA esclareceu que a propositura do deputado tem sido objeto de análise da
Coordenação de Agricultura Irrigada e Gestão Sustentável da Água - CAIGS, e que
o emprego da irrigação no Nordeste, deverá transformar a agricultura de toda a
região através de uma atividade econômica estável, mais produtiva e dinâmica,
fixadora do homem a terra, sem os naturais problemas de sazonalidade que
caracteriza a tradicional agricultura de "sequeiro", além de
proporcionar a melhoria da estrutura fundiária e da distribuição de renda.
Quanto a revitalização da
cultura do Sisal, o MAPA disse que:
“A proposição do Deputado
Moacir Rodrigues é de toda elogiosa e está associada ao compromisso deste Ministério
em implantar um plano agropecuário para o nordeste em geral, observando as
peculiaridades e especificidades da região”.
Ressaltando que: “No caso
especifico do SISAL, a literatura indica ser o Brasil o maior produtor mundial,
tradicionalmente cultivado como fonte de fibras dura para produção de barbantes
e cordas. Mas, a planta pode ser também matéria-prima para outros produtos de
maior valor agregado, como peças automotivas. Assim, além de economizar o
plástico empregado no preparo de componentes de um carro, ainda o torna biodegradável,
pois troca um material oriundo do petróleo por um material celulósico.
Outra linha de pesquisa
permite aproveitar o resíduo do desfibramento do sisal na alimentação animal,
especialmente na região Semiárida, onde os produtores se deparam com a redução
das gramíneas e forrageira em período de estiagem.
Além disso, a bucha do
sisal pode ser usada como cobertura do solo e adubo orgânico, e a adoção da
mucilagem na alimentação animal pode diminuir o uso de insumos externos, como
ração concentrada (farelo de trigo e farelo de soja)
As fibras curtas geradas
no processo de preparação da ração animal com mucilagem de sisal também podem
ser usadas como reforço em peças automotivas e até mesmo em peças de concreto,
para construção civil. Da mucilagem de sisal, pode-se retirar também o suco do
sisal, material líquido normalmente devolvido ao campo. Entretanto, sua riqueza
em açúcares, nutrientes e outros compostos vêm despertando o interesse de
pesquisas para utilização como um meio de preparo de substâncias de maior valor
agregado, como defensivos naturais, substrato para fermentação e até mesmo para
produção de celulose bacteriana, um tipo especial de celulose com várias
aplicações em pesquisa biomédicas, que vão de pele artificial para queimados
até engenharia de órgãos.
A produção de sisal se
concentra na região do Semiárida, principalmente nos estados da Bahia, Paraíba
e Rio Grande do Norte.”
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