O trabalho social de um policial militar de Patos, no Sertão paraibano, está chamando a atenção dos moradores da cidade. O sargento Patrian Júnior, que faz parte da Ronda Ostensiva Tática com Apoio de Motocicletas (Rotam), recolhe animais debilitados do meio da rua, oferece medicamentos e moradia. Atualmente, Patrian cuida de 140 cachorros e 40 gatos.
Tudo começou na casa dele, mas tomou uma proporção maior depois que o número de animais cresceu. "Desde criança eu gosto de animais, fui influenciado pelo meu pai. Por isso faço com muito gosto esse trabalho. Comecei usando minha casa como abrigo, me mudei para outra maior e agora temos dois galpões", conta.
O sargento diz que recolhe todo e qualquer animal abandonado e doente há cerca de sete anos, mas nem sempre isso agradou os moradores da região. No início do projeto, vizinhos de Patrian fizeram um abaixo-assinado para que ele não morasse mais no local. Eles reclamavam do barulho que os animais faziam. O policial teve que mudar de endereço.
Sem contar com apoio, o sargento tinha que tirar tudo do seu bolso para custear os gastos de comida e medicação. "Eu vendi meu carro para ajudar a comprar o que era preciso. Fiz empréstimos em meu nome e zerei minha conta. Hoje, se eu ficar doente, não tenho mais de onde tirar dinheiro para cuidar de mim mesmo", relata.
Mas há também quem contribua com a iniciativa do policial. Vários moradores ligam para o policial avisando que encontraram animais abandonados, fornecem doações e outros auxílios. A Prefeitura Municipal de Patos doa mensalmente R$ 2 mil e cedeu dois galpões para que os animais fossem abrigados. Uma amiga do sargento, Gabriele Xavier, também dá apoio à causa.
Patrian diz que a ajuda é válida, mas ainda é insuficiente. Alguns animais vivem no telhado da casa dele, que chega a gastar R$ 6 mil por mês. "A gente alimenta os animais com o mínimo. São necessários quatro sacos de ração por dia para eles ficarem bem alimentados, mas só temos dado um saco e meio", disse.
Ele também apela para que as pessoas adotem os bichos. Segundo o policial, a maioria das pessoas só quer animais de raça, mas são recolhidos apenas vira-latas e em condições precárias. Muitos foram atropelados, vítimas de algum tipo de ritual e até estuprados.
Gustavo Xavier
Especial para o G1 PB
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