Cai em grande equívoco
quem achar que o título de Maior São João do Mundo, ostentado com orgulho por
Campina Grande há 32 anos, se mantém por conta de programação no palco
principal do Parque do Povo. É uma leitura muito aquém sobre o real valor de
uma iniciativa que, há muitos anos, saiu do status de festa para se transformar
numa grande indústria do turismo de eventos.
Seria o equivalente a
imaginar que o carnaval do Rio de Janeiro se projetou internacionalmente
porque, nas escolas de samba, a grande atração dos desfiles na cidade
maravilhosa, grandes atrações participavam e justificavam o sucesso da festa.
Nem de longe. Muito pelo contrário. Assim como já acontece com o São João de
Campina há anos, o evento é uma grande vitrine a atrair celebridades, artistas
e afins.
A grandeza do São João de
Campina Grande vem da força de suas raízes culturais e das múltiplas
manifestações e eventos que marcam sua realização ao longo de 30 dias, além da
programação artística do palco principal do Parque do Povo. Ele se agiganta com
as exibições das quadrilhas juninas; nos shows autênticos dos trios de forró
nas “ilhas” do PP; no conteúdo agregado dos parceiros como o Sesi e o Sebrae;
nas parcerias dos veículos de comunicação da cidade; na grade das casas de
shows, com alternativas para todos os públicos; nas viagens lúdicas do trem
forroviário; na ornamentação dos estabelecimentos comerciais; no envolvimento
de colégios, faculdades e das redes públicas de ensino municipal e estadual;
nas promoções nos distritos e zona rural; na geração de milhares de empregos na
cadeia produtiva junina; na superlotação dos hotéis, pousadas e da hospedagem
alternativa.
Campina Grande, este ano
especificamente, volta a realizar o Maior São João do Mundo, para desgosto de
grupelhos que torcem contra a cidade. Com um layout renovado, fortalecimento de
nossas tradições e a decisão acertada de “desinstitucionalizar” a festa e
transformá-la num patrimônio de toda a cidade, a Prefeitura realiza um São João
com os “pés no chão”, respeitando o dinheiro público e zelando pelo aspecto
profissional na formatação do evento.
É o desafio de se fazer o
mais com o menos, sem se perder a essência e garantindo a sobrevivência do
evento em meio a uma grave crise econômica, uma crise hídrica muito grave e uma
sensação de insegurança pública sem precedentes. É o São João da superação. E
Campina Grande, mais uma vez, está provando para o Brasil e o mundo o seu
valor.
(Publicado originalmente
no Facebook de Marcos Alfredo Alves)
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