O acesso de todos os
brasileiros à educação de bom nível e à qualificação profissional configura
demanda histórica da nossa sociedade. Todos os governos precisam atuar de
maneira a buscar avanços e melhorias nesse setor, que é definidor do futuro do
país.
Contudo, a situação
precária atual das universidades federais e as medidas recentes tomadas pelo
governo petista de Dilma Rousseff no que diz respeito ao aumento do preço da
taxa de inscrição para o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e às dificuldades
impostas para os jovens que necessitam do Programa de Financiamento Estudantil
(FIES) vão na contramão da promoção de uma educação superior de qualidade e
acessível.
Não há dúvidas de que o
reajuste da taxa de inscrição do ENEM para um valor que representa quase o
dobro do anterior, a redução do número de isenções no que diz respeito a esta
taxa e a nova configuração do FIES são grandes equívocos e só trazem
malefícios, já que prejudicam em demasia os estudantes e, ao mesmo tempo, não
auxiliam de forma relevante a situação fiscal do país, que passa por ajustes
exatamente pela má gestão e pela corrupção empreendidas nos governos petistas
anteriores. Ao mesmo tempo, a realidade das universidades federais piora ainda
mais o cenário, com atividades paralisadas por problemas financeiros,
administração errônea dos recursos, falta de condições mínimas de segurança e
de limpeza e alunos sem aulas.
Enquanto isso, a União Nacional dos Estudantes, que deveria denunciar estes erros e defender os jovens brasileiros, nada faz, nada diz, nada propõe. A instituição se vê paralisada, inerte e calada, provavelmente por ser hoje dominada de forma nociva por um partido político que faz parte da base de apoio do governo e que, portanto, impede que a UNE cumpra seu legítimo papel de representante das demandas estudantis e deixa a impressão de que a entidade nunca mais se desprenderá dos interesses de seus indevidos donos, tendo esquecido sua real missão para sempre.
Neste cenário, torna-se
natural que a juventude busque outras formas de se ver representada e os
movimentos juvenis organizados pelas redes sociais e que pedem ética na
política e até mesmo o impeachment de Dilma Rousseff são exemplos disso. Ao
mesmo tempo, diretórios de estudantes e juventudes partidárias que não se
aproximam ideologicamente dos que hoje controlam a UNE passam a enxergá-la como
envenenada pela parcialidade e ignorá-la como entidade de fato representativa.
Hoje, cabe aos jovens de
outros matizes doutrinários e organizados a partir de novas formas fazer aquilo
que a UNE, domada e amestrada, não se digna a fazer: demandar aquilo que o
jovem brasileiro necessita e apontar os erros do governo petista quanto aos
temas que concernem à juventude. Enfim, mostrar, entre outras coisas, o quão
falacioso é o lema “Pátria Educadora”.
Bruno Kazuhiro é
Presidente Nacional da Juventude Democratas
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