MPF/PB quer que União e Estado da Paraíba forneçam canabidiol para pacientes


Vladimir Chaves

O Ministério Público Federal na Paraíba, por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), ajuizou ação civil pública, com pedido de liminar, para que a União e o Estado da Paraíba forneçam o canabidiol gratuitamente a 18 pacientes. Pede-se que o medicamento seja dado, mensalmente, em quantidade suficiente para o tratamento de cada um deles, por tempo indeterminado.

O MPF requer também que União e Estado realizem todos os contatos com os fornecedores para a aquisição dos fármacos, bem como todo o processo de compra, importação, frete e liberação do canabidiol perante a aduana brasileira, e a estocagem e distribuição da substância, desde que obedeça à periodicidade mensal necessária.

Ainda segundo a ação, Estado e União devem apresentar ao MPF, em 30 dias, contados da decisão liminar, cronograma completo de aquisição, estocagem e fornecimento da medicação, válido por dois anos, no mínimo. Ao final desse período, o cronograma será substituído por outro, para idêntico período subsequente, e assim por diante, sendo que sua não apresentação não desobrigará Estado e União de iniciar ou continuar o fornecimento do canabidiol aos pacientes.

Na ação, o procurador regional dos direitos do cidadão, José Godoy Bezerra Souza, ressalta que o estado de saúde das crianças e jovens é grave e o tratamento com o canabidiol, ao qual vêm se submetendo, “não pode sofrer interrupção – ou tem de ser iniciado imediatamente, no caso dos pacientes que não tiveram a oportunidade de começá-lo”, alerta.


Devido às dificuldades financeiras, há pacientes que não recebem a dose completa prescrita de canabidiol. Outros tiveram de parar com a medicação, devido ao alto custo de importação. Atualmente, o custo mensal do canabidiol para uma das crianças, de apenas quatro anos, é de cerca de R$ 3 mil, mantido pelos familiares com a realização de rifas e pedido de doações entre amigos e parentes. Outra família possui duas crianças com síndromes convulsivas e nunca teve amparo algum do estado.

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