O engenheiro Maurício
Guedes, gerente-executivo de Engenharia de Abastecimento da Petrobras, admitiu
à CPI que investiga irregularidades na estatal que um contrato de R$ 3,8
bilhões para a construção de uma unidade de hidrogênio do Complexo Petroquímico
do Rio de Janeiro (Comperj) foi assinado sem licitação.
Guedes foi o coordenador da comissão de negociação nomeada pela Petrobras para definir o custo da obra com o consórcio de empresas designado para construir a unidade. “Quem autorizou a dispensa de licitação?”, perguntou o deputado Altineu Côrtes (PR-RJ), um dos sub-relatores da CPI. “A diretoria executiva”, respondeu. Guedes disse que os diretores eram Renato Duque (de Serviços) e Paulo Roberto Costa (de Abastecimento).
“E quem indicou o senhor para a comissão?”, perguntou o deputado. “Foi o gerente executivo de engenharia, Roberto Gonçalves, substituto de Pedro Barusco [outro delator do esquema]”, informou.
O delator Júlio Camargo,
da empresa Toyo Setal, afirmou, em depoimento ao Ministério Público Federal,
que intermediou a contratação do consórcio e que pagou propina de R$ 12 milhões
ao ex-diretor Renato Duque.
Guedes, que não é acusado
de irregularidades, declarou que a estimativa da Petrobras para o custo da obra
era de R$ 3,8 bilhões, e a proposta do consórcio era de R$ 4 bilhões - valor
que acabou reduzido mediante negociação.
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