A notícia de que foram
destruídas as gravações de reuniões do Conselho de Administração da Petrobras
deixou intrigados os tucanos. “Estamos diante de um típico caso de destruição
de provas”, disse o líder do PSDB no Senado, Cássio Cunha Lima (PB). “O partido
usará de todos os meios legais possíveis para esclarecer esse episódio.”
Após conversar sobre o tema com o senador Aécio Neves, presidente do PSDB, Cunha Lima informou: além das cobranças que serão feitas na CPI da Petrobras, o partido cogita protocolar na Procuradoria-Geral da República, na semana que vem, um pedido de investigação para esclarecer as circunstâncias que envolveram a eliminação do áudio e das imagens das reuniões do Conselho da estatal.
Em resposta a um pedido de
informações feito pelo Estadão, a Petrobras confirmou ter destruído as
gravações. Foram para o beleléu inclusive os arquivos eletrônicos de reuniões
que aprovaram decisões que agora estão sendo investigadas na Operação Lava
Jato. Entre elas a compra da refinaria texana de Pasadena, que resultou num
prejuízo estimado em US$ 792 milhões.
Destruíram-se inclusive os
registros de reuniões presididas por Dilma Rousseff. Ela comandou o Conselho da
Petrobras entre 2003 e 2010, sob Lula. Nesse período, Dilma foi ministra de
Minas e Energia e chefe da Casa Civil.
A CPI e o TCU já haviam
requisitado as gravações à Petrobras. A estatal empurrava os pedidos com a
barriga. A CPI chegou mesmo a fixar um prazo para o envio do material. Vence na
próxima segunda-feira (4).
“Não faz o menor sentido
gravar as reuniões para depois apagar as gravações”, disse Cunha Lima. “É
preciso que isso seja esclarecido.” A Petrobras informa que as gravações são
destruídas depois que ficam prontas as atas das reuniões. Essas atas, porém,
são meros resumos do que sucedeu a portas fechadas.
A estatal alega que o
procedimento está previsto no Regimento Interno do Conselho de Administração.
Instada a exibir o documento, a Petrobras fechou-se. Sustenta que o regimento
contém normais sigilosas.
Alega que de aniquilamento
das a perda Petrobras informou que a destruição está prevista no Regimento
Interno do Conselho de Administração. Mas, questionada pelo jornal “O Estado de
S. Paulo”, a Gerência de Imprensa não apresentou o documento. A reportagem também
o solicitou à secretaria responsável por auxiliar o Conselho de Administração.
O órgão informou que a norma é sigilosa.
“Não faz sentido”, disse Cunha Lima. “É preciso investigar tudo isso. E nós, do PSDB, vamos às últimas consequências.”
*Matéria do jornalista
Josias de Souza, publicada nesta sexta-feira (01/05/2015)
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