TCU convoca Mantega e mais três ministros suspeitos de “maquiarem contas públicas”.


Vladimir Chaves

O Tribunal de Contas da União convocou atuais e ex-integrantes do governo federal para explicar as chamadas “pedaladas” fiscais. O mecanismo consiste em atrasar pagamentos do Tesouro Nacional com o objetivo de melhorar artificialmente o resultado primário das contas públicas. Entre os nomes chamados ao Tribunal estão autoridades da equipe econômica do governo, como o ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o ex-secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin.

Além deles, também terão improrrogáveis 30 dias para justificar as práticas identificadas pela fiscalização do Tribunal, consideradas ilegais, o ministro da Integração, Gilberto Occhi, do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, e do Trabalho, Manoel Dias. Os presidentes do BNDES, Luciano Coutinho, da Petrobras, Aldemir Bendine e do Banco Central, Alexandre Tombini.

De acordo com relatório de auditores do tribunal, entre 2013 e 2014 o governo Dilma Rousseff atrasou “sistematicamente” o repasse de recursos à Caixa, Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes), destinados ao financiamento de programas como o Bolsa Família, o Abono Salarial, o Seguro Desemprego, a equalização da Safra Agrícola e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI). Sem os repasses, os desembolsos eram feitos pelos próprios bancos, que viraram credores da União, fato proibido pela Lei de Reponsabilidade Fiscal (PRF), de acordo com o TCU.

Além disso, aponta o relatório do tribunal, as dívidas com os bancos “não estavam sendo computadas na Dívida Líquida do Setor Público”, que serve de base para a avaliação do cumprimento, pelo governo, das metas fiscais estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Na conclusão dos auditores da corte, os atrasos nos repasses, e a não contabilização das dívidas com os bancos públicos, contribuíram para “maquiar as contas públicas”.

Contas Abertas





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