Obstinação, esforço e
força de vontade. Foram essas características que moveram o vigilante da
Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), José Itamar Sales da Silva (46), a
concluir o Doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Campina
Grande (UFCG) e se tornar o primeiro vigilante com título de doutor na Paraíba.
A tese, aprovada com distinção, foi defendida no dia 24 de março, tendo como
título “Panela que muito mexe: o Guisado da Cultura Política do Brasil a luz da
Literatura de Cordel”.
Conciliando trabalho e
estudo, José Itamar enveredou pelos caminhos da cultura popular para realizar o
sonho de se tornar o primeiro doutor vigilante da Paraíba, seguindo uma
trajetória que não foi fácil e lhe custou sacrifício e muita dedicação.
Quando não estava em atividade na UEPB, ele passava o tempo lendo e aprofundando as pesquisas. Foi na biblioteca Átila Almeida que ele passou a maior parte do tempo nas leituras que lhes ajudaram a escrever a tese, concebida dentro de um universo de encantamento e raridades em pleno interior nordestino, que se destaca por dispor do maior acevo de cordel da América Latina.
Há 24 anos como servidor
técnico administrativo da Universidade Estadual da Paraíba, Itamar se graduou
em História pela UFCG e fez Especialização e Mestrado pela UEPB, instituição da
qual sente grande orgulho, e destaca que a política de capacitação profissional
executada pela Instituição foi fundamental para a realização do seu sonho.
Nas duas
pós-graduações que fez na UEPB, Itamar manteve a sua linha de pesquisa,
enveredando pelo universo da cultura popular, especialmente, pela literatura de
cordel. A Especialização “Gestão Estratégica de Pessoa no Serviço Público” foi
realizada em 2010 e serviu de motivação para o vigilante investir na formação
continuada. Posteriormente, ele conseguiu a aprovação no Mestrado em Literatura
e Interculturalidade. Defendeu a dissertação “A representação da sogra na obra
do poeta Leandro Gomes de Barros”, que resultou em um livro publicado pela
Editora Universitária da UEPB.
Itamar já trabalhou como vigilante em vários setores da Universidade. Atualmente, ele faz a vigilância noturna do Centro de Integração Acadêmica. Como caçador de sonhos, ele agora tem como meta se tornar professor da Instituição onde já trabalha há mais de duas décadas.
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