Auditoria produzida pelo
Tribunal de Contas da União (TCU) encontrou falhas e problemas no programa Mais
Médicos. De acordo com a Corte, houve fragilidade na supervisão dos médicos e
falta de atendimento adequado em localidades com carência e dificuldade de
retenção dos profissionais. No processo, foi apontado que os problemas podem
decorrer da rapidez na contratação e alocação dos médicos.
Além disso, o TCU apontou
que foi feita vista grossa na avaliação de médicos que deveriam ter sido
reprovados. Segundo a Corte, houve falhas na avaliação do módulo de
acolhimento, já que 95 médicos que, supostamente, ao final da referida fase,
deveriam ter sido reprovados ou encaminhados ao processo de recuperação, por
não terem atendido ao mínimo exigido nos eixos de língua portuguesa e saúde,
entraram em atividade.
Quanto à distribuição
geográfica dos médicos, amplamente divulgada por estarem localizados nos
rincões do país, onde os brasileiros não querem trabalhar, também apresentou
problemas. Segundo o Tribunal, não houve atendimento adequado às necessidades
de alguns municípios, listados pelo Ministério da Saúde, com maior carência e
dificuldade de retenção de médicos integrantes da Equipe de Saúde da Família.
O órgão ressaltou que em
25% dos municípios analisados que receberam profissionais do Projeto Mais
Médicos houve uma diminuição na quantidade de consultas médicas.
Ainda sobre as localidades
que receberam os intercambistas, foi avaliado que alguns municípios visitados
não estavam cumprindo adequadamente as obrigações em relação ao fornecimento de
moradia e alimentação aos participantes do projeto.
O TCU também apontou que haviam médicos com registro nos Conselhos Regionais de Medicina com carga horária semanal igual ou superior a 100 horas. “A constatação pode ser um indício de descumprimento da carga horária prevista no projeto, uma vez que dificilmente o profissional conseguirá cumpri-la nessas condições”, explica o relator do processo, ministro Benjamin Zymler.
Contas Abertas
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