A Comissão Parlamentar de
Inquérito (CPI) da Petrobras vai ouvir nesta terça-feira (10) o depoimento do
engenheiro Pedro Barusco, ex-gerente de Engenharia da Petrobras e ex-executivo
da empresa Setebrasil, criada para construir sondas para a exploração do
petróleo do pré-sal. O depoimento foi autorizado pela Justiça e ocorrerá a
partir das 9h30.
Em três depoimentos
prestados à Polícia Federal do Paraná, no âmbito da Operação Lava Jato, em
novembro do ano passado, Barusco admitiu ter recebido propinas de empresas
contratadas pela Petrobras de 1997 a 2013.
Ele detalhou, dentro do
processo de delação premiada que corre na 13ª Vara Federal de Curitiba (PR),
como teria funcionado o esquema de desvio de recursos da estatal a partir de
2003, principal foco da comissão.
Propina ao PT
Barusco disse ter recebido
cerca de US$ 50 milhões de dólares em propina neste período e nomeou outros
supostos beneficiários do esquema, bem como as empresas contratadas pela
Petrobras responsáveis pelos pagamentos. Ele disse ainda que parte da propina
era destinada ao PT e tinha como operador o tesoureiro do partido, João Vaccari
Neto.
Nos mesmos depoimentos,
Barusco estimou que João Vaccari Neto recebeu, entre 2003 e 2013, algo entre
US$ 150 milhões e US$ 200 milhões em propina para o PT.
Barusco disse à Justiça
que parte da propina ia para Vaccari e parte para o que ele chamou de “Casa”,
que é como ele identificava os diretores da Petrobras que recebiam o dinheiro.
Destinatários de
pagamentos
Entre os nomes citados por
ele como destinatários de pagamentos das empresas estão: Renato Duque
(ex-diretor da Petrobras), João Carlos de Medeiros Ferraz (ex-presidente da
Setebrasil), Eduardo Musa (ex-diretor de Participações da Setebrasil), Júlio
Gerin de Almeida Camargo (consultor do Grupo Setal e representante da Camargo
Correa) e Paulo Roberto Costa (ex-diretor da Petrobras).
Faziam parte do cartel de
empresas responsáveis por obras contratadas pela Petrobras, segundo ele:
Camargo Correa, Andrade Gutierrez, Odebrecht, OAS, Queiroz Galvão, Engevix,
Iesa, Mendes Júnior, MPE, Setal, Skanska, UTC, Promon e a Galvão Engenharia.
Com exceção da Promon, as demais pagavam propina, de acordo Barusco.
Ente os estaleiros
acusados por ele de terem pago propinas estão Rio Grande (da Engevix), Jurong,
Kepel Fels e o Enseada do Paraguaçu (do consórcio Odebrecht, OAS, UTC e
Kawasaki)
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