Cinco gigantes da
construção civil desembolsaram, no período de 2006 a 2013, pelo menos 8 milhões
de reais para a JD Consultoria, empresa do ex-ministro mensaleiro José Dirceu.
Elas compõem o chamado clube do bilhão, conjunto formado pelas maiores
empreiteiras do país para fraudar contratos com a Petrobras e distribuir
propina a políticos e partidos. A força-tarefa da Operação Lava Jato investiga
se a empresa do petista foi usada para receber recursos do propinoduto montado
na petroleira.
Os dados foram reunidos pela Receita Federal após a Justiça ter autorizado a quebra dos sigilos bancário e fiscal do petista. Os valores são ainda maiores se somadas outras empreiteiras também citadas no escândalo do petrolão, como a Egesa, que transferiu sozinha 480.000 reais, e a Serveng, que liberou 432.000 reais para a JD.
De acordo com documentos
da Receita Federal, as empresas de construção foram generosas com os serviços
de consultoria do ex-homem-forte do governo Lula: a OAS pagou quase 3 milhões
de reais à empresa de Dirceu, com parcelas anuais de 360.000 reais. A UTC
transferiu 2,3 milhões de reais. Engevix (1,1 milhão de reais), Galvão
Engenharia (750.000 reais) e Camargo Corrêa (900.000) completam a lista de
"clientes" da consultoria de José Dirceu.
Os investigadores suspeitam
que os serviços de empresa de Dirceu, a despeito de a companhia ter anexado
notas fiscais ao processo, são, na verdade, propina paga pelas construtoras.
Foi essa suspeita, aliás, que motivou a juíza Gabriela Hardt a ter autorizado,
em janeiro, a suspensão dos sigilos do mensaleiro e de sua empresa. As
revelações de propina para os cofres de petistas têm ganhado corpo a cada
delação premiada firmada com colaboradores da Justiça.
Depois de o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco ter estimado que o PT recebeu até 200 milhões de dólares em dinheiro sujo do esquema, o vice-presidente comercial da gigante Camargo Corrêa, Eduardo Leite, afirmou às autoridades que se encontrou pessoalmente com o tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto e que o petista cobrou sua fatia do suborno distribuído pela empreiteira em troca de facilidades em obras da Petrobras.
(Revista Veja)
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