O ex-gerente de Serviços
da Petrobrás, Pedro Barusco, afirmou à força tarefa da Operação Lava Jato, que
o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, arrecadou até US$ 200 milhões em
propinas para o partido sobre 90 contratos da estatal petrolífera no período de
2003 a 2013. Barusco declarou que Vaccari recebeu o dinheiro “em nome do PT”.
As declarações provocaram a deflagração da explosiva My Way, nona fase da Lava Jato, que investiga um esquema de corrupção envolvendo a Petrobrás. Contra Vaccari Neto, foi expedido um mandado de condução coercitiva e ele teve de prestar depoimento na sede da PF, em São Paulo. O tesoureiro falou à PF e foi liberado no início da tarde.
Ele afirmou à Polícia Federal que todas as contribuições obtidas por ele para o partido “foram absolutamente dentro da lei”. Vaccari desmentiu as declarações de Barusco, por meio de seu advogado.
“Essa informação não
procede”, rechaçou com veemência o criminalista Luiz Flávio Borges D’Urso, que
defende o tesoureiro do partido.
O PT também reagiu às
denúncias do delator. O partido, em nota oficial, destacou que recebe “apenas
doações legais”.
Barusco disse que “estima
que foi pago o valor aproximado de US$ 150 milhões a US$ 200 milhões ao
Partidos dos Trabalhadores”. Um dos delatores da Lava Jato, Barusco foi braço
direito de Renato Duque na Diretoria de Serviços da Petrobrás.
Para não ser preso, o
ex-gerente decidiu fazer a delação premiada. Segundo Pedro Barusco, o
tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, conduzido nesta quinta feira, 5, para
depor na Polícia Federal em São Paulo, recebeu US$ 4,523 milhões “a título de
propina do estaleiro Kepell Fels”.
Segundo integrantes da
força-tarefa da Lava Jato, a operação de hoje teve como objetivo coletar provas
de desvios ocorridos na diretoria de Serviços da Petrobrás. Onze operadores
teriam participado do esquema, entre eles, o tesoureiro.
A Polícia Federal afirma que a nova etapa é resultado da análise de documentos e contratos já apreendidos por ela, além de informações repassadas por um dos investigados e de denúncias de uma ex-funcionária de uma das empresas alvo da Lava Jato.
Estadão
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