O governo cubano registrou
um número recorde de detenções de dissidentes e ativistas políticos no ano
passado, afirmou a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação
Nacional, grupo de direitos humanos independente.
De acordo com a Comissão, foram realizadas 8.899 detenções de curto prazo em 2014, cerca de duas mil a mais do que no ano anterior e quatro vezes mais do que em 2010, disse o chefe do grupo, Elizardo Sanchez. Cerca de 90 pessoas do grupo estão presas por razões políticas, menos da metade do número há cinco anos.
As detenções podem durar
algumas horas ou alguns dias, mas não levam à prisão. Algumas pessoas foram
detidas várias vezes em um mês, de modo que o número total de pessoas detidas é
menor.
O relatório também revelou
que dissidentes dentro de Cuba não sabia quem estava na lista dos 53 que os
Estados Unidos pediu que Cuba libertasse como parte da trégua anunciada no
último mês. Nenhum dos dois países tornou a lista pública ou disse abertamente
se alguém foi libertado.
Um funcionário americano
que falou sob condição de anonimato disse que alguns dos 53 foram libertados,
mas que os esforços para garantir a libertação dos dissidentes são um
"trabalho em andamento". Ele disse ainda que a libertação de todos os
dissidentes não era um pré-requisito para as negociações previstas entre Cuba
entre a administração Obama.
A lista dos detidos em dezembro inclui a artista expatriada Tania Bruguera, que foi brevemente detida e libertada pelo menos três vezes desde sua voltar a Cuba no mês passado para organizar uma performance artística que envolvia a instalação de um microfone aberto na Praça da Revolução de Havana para os cubanos falarem sobre o país. Autoridades realizaram detenções temporárias no dia planejado para o ato, que não aconteceu.
Também está na lista o
artista de grafite e performances Danilo Maldonado, que dois dissidentes
disseram ter sido preso em dezembro em uma praça no centro de Havana enquanto
tentava libertar dois porcos em que estava escrito "Fidel" e
"Raul", os nomes dos presidentes atuais e antigos de Cuba. De acordo
com o relatório do grupo de direitos humanos, Maldonado foi acusado de crime de
desrespeito à autoridade, o que acarreta uma pena de prisão de um a três anos.
Fonte: Associated Press.
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