Deputado petista cede apartamento funcional para militantes do partido


Vladimir Chaves

Em férias na Europa, onde passou a virada do ano, o deputado federal e presidente estadual do PT de Sergipe, Rogério Carvalho, emprestou o apartamento funcional de Brasília para militantes petistas se hospedarem a fim de participarem da cerimônia de posse da presidente reeleita Dilma Rousseff. Durante quatro dias, um grupo de 28 pessoas usufruiu do conforto do imóvel de cerca de 200m², três quartos amplos, sala arejada, banheiras e mobílias renovadas com verba da Câmara dos Deputados.

A “cortesia” do deputado em oferecer hospedagem gratuita aos companheiros petistas para assistirem à posse de Dilma, revelada em parceria do Correio com a ONG Contas Abertas, esbarra nas normas da Câmara, que proíbe a “cessão ou a transferência dos imóveis a terceiros”. Logo no primeiro artigo, o Ato da Mesa n° 5, de 5 de maio de 2011, esclarece que “os apartamentos funcionais são de uso exclusivo dos deputados e seus familiares”, vedado o empréstimo. Pelo ato, na ausência do parlamentar, a residência não pode ser cedida.

Ao assumir o imóvel, em 2011, primeiro ano de mandato do deputado, Rogério Carvalho assinou um termo de ocupação da residência funcional concordando com todas as cláusulas impostas pelo Legislativo. Porém, não as seguiu. Em 30 de dezembro, mesmo distante de Brasília, permitiu que abrissem as portas do apartamento para receber o grupo sergipano. O ônibus que os trouxe de Aracaju ficou estacionado na entrada do imóvel até a última sexta-feira, quando voltaram para Sergipe.

Os militantes passearam pela quadra nos quatro dias em que estiveram em Brasília, visitaram os comércios locais, conversaram com vizinhos e até chegaram a reclamar de algumas lojas fechadas no período do réveillon. O mau uso do apartamento funcional chegou a incomodar alguns vizinhos, que flagraram toalhas penduradas nas janelas para secar, o que é proibido em Brasília. No dia da posse, era grande a movimentação da militância, que carregava bandeiras e trajava vermelho.



Correio Braziliense

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