Um dia depois de um
deputado petista cerrar os punhos em solidariedade aos mensaleiros condenados
pelo Supremo Tribunal Federal, um novo caminho para o Brasil começou a ser
trilhado a partir do lançamento das diretrizes do programa de governo de
Eduardo Campos. Ao lado de Marina Silva, o pré-candidato do PSB à Presidência
apresentou os eixos centrais de um novo projeto de desenvolvimento, ao qual o
PPS se associa. Após 11 anos de governos lulodilmistas, os sinais de que o país
“saiu dos trilhos”, como afirmou Campos, são variados.
O rombo nas contas
públicas, a gestão temerária que levou à desmoralização da Petrobras, a
desindustrialização acelerada, a escalada inflacionária, o loteamento da
máquina pública, o desmantelo na área da saúde e o desastre na educação são
alguns dos exemplos mais latentes. As jornadas de junho de 2013, quando o povo
brasileiro tomou as ruas pelo fim da corrupção e por transporte, saúde e
educação de qualidade, foram o estopim de uma insatisfação generalizada.
Enquanto a propaganda oficial cria um mundo de fantasia, o Brasil real convive
com graves problemas cotidianos que parecem não repercutir nos gabinetes do
Planalto.
A agenda apresentada por
Campos trata, entre outros pontos, de desburocratização do Estado, reforma
política, recuperação da indústria, investimentos em tecnologia, fortalecimento
do Sistema Único de Saúde, educação de qualidade, reforma urbana e
aperfeiçoamento dos órgãos de segurança. A essas diretrizes, serão incorporadas
as propostas apresentadas pelo PPS, em conjunto com toda a sociedade, que
participará ativamente da construção do programa de governo.
O alinhamento das forças
democráticas de esquerda representa um reencontro histórico entre os
socialistas e o PPS, herdeiro do Partido Comunista Brasileiro (PCB). Desde a
origem do PSB, com a redemocratização pós-Estado Novo, a aliança com os
comunistas se inscreveu em páginas marcantes da vida política brasileira. Em
Pernambuco, um dos estados mais avançados do país na luta democrática daquele
período, essa união levou ao surgimento da Frente do Recife, movimento que
elegeu Pelópidas da Silveira prefeito da capital, em 1955, e Miguel Arraes
governador do estado, em 1962.
Após o golpe de 1964, os
dois partidos se integraram às trincheiras do Movimento Democrático Brasileiro
(MDB), em oposição à ditadura militar. Essa parceria também se fez presente na
eleição de Tancredo Neves pelo Colégio Eleitoral, na Constituinte, no
impeachment de Fernando Collor e na participação no governo de Itamar Franco.
Em 2002, apoiamos a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva no segundo turno
da eleição presidencial, mas o PPS se sentiu fraudado e rompeu com o governo em
2004. Recentemente, o PSB deixou a gestão de Dilma Rousseff e optou por
construir um novo caminho para o país.
Não é cerrando punhos em
defesa da corrupção, o que enxovalha um digno gestual das esquerdas em todo o
mundo, muito menos aviltando as instituições ou loteando cargos em nome de
interesses eleitorais, que o Brasil sairá do atoleiro em que se encontra. Um novo
país só emergirá coma retomada do crescimento, o respeito ao meio ambiente e o
resgate da ética como valor fundamental na vida pública. Ao lado de Eduardo
Campos e Marina Silva, o PPS trabalha para que a nação volte aos trilhos do
desenvolvimento econômico, social e político.
Roberto Freire deputado
federal e presidente nacional do PPS
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