Um grupo de cerca de 20
pessoas, a maioria servidores da Câmara dos Deputados, circulou pelos
corredores da Casa em protesto contra o projeto, em
elaboração pelo governo federal, que pretende inibir o terrorismo e as
manifestações de rua. Identificando-se como representantes da Força Sindical,
eles criticavam a proposta com cartazes nas mãos e sob o som de marchinhas de
carnaval.
De acordo com o presidente
da Força Sindical, Miguel Torres, a música "Eu te amo, meu Brasil"
foi escolhida em referência ao lema usado pelo regime militar "Ame-o ou
Deixei-o". Segundo Torres, o projeto do governo federal se assemelha ao
Ato Institucional número 5, o AI-5 que restringiu os direitos dos brasileiros
na época da ditadura. "A presidente foi reprimida pela ditadura e sabe que
a manifestação é uma arma do povo e impedí-la é um retrocesso, um tiro no pé da
democracia", disse.
O deputado federal Paulo
Pereira (SDD-SP), o Paulinho da Força, participava do protesto e marcou um
encontro entre o grupo e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves
(PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para o fim desta tarde.
"O AI-5 dizia que três pessoas juntas eram quadrilha e esse projeto vai
baixar o número para duas, ou seja, a Dilma foi torturada pela ditadura e
aprendeu muito com ela", criticou o parlamentar. "É preciso ser duro
na punição contra os mascarados e baderneiros, mas não se pode criminalizar os
movimentos sociais".
O projeto de lei que irá
disciplinar as manifestações de rua deve ser encaminhado ao Congresso pelo
Palácio do Planalto até esta sexta-feira. Nele deverá constar a proibição do
uso de máscaras, a exigência de notificação prévia dos atos a autoridades
públicas e o agravante a quem cometer crimes durante os protestos. O governo
nega que haja a tentativa de cercear o direito de manifestações populares no
país.
Com: Correio Braziliense
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