“AI – 5 Dilma": Protesto na Câmara contra projeto anti-terrorismo


Vladimir Chaves

Um grupo de cerca de 20 pessoas, a maioria servidores da Câmara dos Deputados, circulou pelos corredores da Casa em protesto contra o projeto, em elaboração pelo governo federal, que pretende inibir o terrorismo e as manifestações de rua. Identificando-se como representantes da Força Sindical, eles criticavam a proposta com cartazes nas mãos e sob o som de marchinhas de carnaval.

De acordo com o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a música "Eu te amo, meu Brasil" foi escolhida em referência ao lema usado pelo regime militar "Ame-o ou Deixei-o". Segundo Torres, o projeto do governo federal se assemelha ao Ato Institucional número 5, o AI-5 que restringiu os direitos dos brasileiros na época da ditadura. "A presidente foi reprimida pela ditadura e sabe que a manifestação é uma arma do povo e impedí-la é um retrocesso, um tiro no pé da democracia", disse.


O deputado federal Paulo Pereira (SDD-SP), o Paulinho da Força, participava do protesto e marcou um encontro entre o grupo e os presidentes da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para o fim desta tarde. "O AI-5 dizia que três pessoas juntas eram quadrilha e esse projeto vai baixar o número para duas, ou seja, a Dilma foi torturada pela ditadura e aprendeu muito com ela", criticou o parlamentar. "É preciso ser duro na punição contra os mascarados e baderneiros, mas não se pode criminalizar os movimentos sociais".

O projeto de lei que irá disciplinar as manifestações de rua deve ser encaminhado ao Congresso pelo Palácio do Planalto até esta sexta-feira. Nele deverá constar a proibição do uso de máscaras, a exigência de notificação prévia dos atos a autoridades públicas e o agravante a quem cometer crimes durante os protestos. O governo nega que haja a tentativa de cercear o direito de manifestações populares no país.




Com: Correio Braziliense

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