Poucas vezes uma mulher foi
tão sistematicamente difamada em pouco tempo no país quanto Rachel Sheherazade.
O medo de suas "opiniões conservadoras" revela apenas aversão à
realidade.
Por Flávio Morgenstern
A jornalista do SBT Rachel
Sheherazade vem sofrendo uma campanha difamatória assustadora na internet. A
âncora do SBT Brasil ficou conhecida por emitir comentários de cunho
conservador, palavra que se tornou anátema no país – algo próximo a se afirmar
que se come criancinhas.
O passo mais recente dessa
campanha foi um colunista afirmar que seus colegas no SBT, sem citar nomes,
sentem “vergonha” das “opiniões conservadoras” de Sheherazade.
O conservadorismo surge
como uma filosofia política sistematizada com as reflexões de Edmund Burke
diante do morticínio e terror da Revolução Francesa, que acaba degolando até os
próprios revolucionários, matando em questão de poucos meses muito mais do que
a Inquisição Espanhola havia matado em 4 séculos de vigília policialesca.
Essa filosofia ecoa as
considerações políticas de Platão e Aristóteles, buscando a politéia, ou seja,
uma república em que a ordem na sociedade não seja mero acordo entre criadores
de leis, nem caprichos de um poderoso (tirania), de alguns cupinchas (oligarquia)
ou de massas revoltosas (“democracia” – chamaríamos em linguagem moderna de
“demagogia”, ou oclocracia em termos antigos mais claros - the mob rules).
Para isso, é calcada na
prudência, no cuidado com a coisa pública (res publica), no respeito ao conhecimento
da tradição, no cultivo de valores harmoniosos para o convívio, por serem mais
eficazes do que leis ou planejamentos estatais. Exatamente por isso os
conservadores são contra Estados grandes – são os defensores das
“privatizações” – embora seus detratores, ao invés de atacarem a liberdade do
homem diante do Estado e de “reformadores sociais” que querem interferir na
vida alheia (o que seria ridículo), geralmente os associem com seus maiores
inimigos, os fascistas, que querem tudo dentro do Estado, tudo para o Estado,
nada contra o Estado – e são os campeões de mobilização de masas revoltosas
marchando por um líder e por reformismo social.
É uma filosofia de sistematização recente – e
nem sempre de acordo com a “direita” formada na Revolução Francesa e sua ânsia
por privilégios do Estado – mas, como trata a tradição como conhecimento, tem
raízes muito antigas. A obra República (Politéia), de Platão, é a primeira
referência sobre a impossibilidade de um Estado ou sistema político perfeito,
que gere harmonia através de um planejamento central e seja regido pela
racionalização. O conhecimento libertando para o bem é lembrado pela Ética a
Nicômacos e pela Política de Aristóteles. As Catilinárias, de Cícero contra
Catilina, espécie de José Dirceu da época, são lembradas como discursos
contrários à concentração de poder, mesmo quando não é abertamente uma
tentativa de golpe. Quase um discurso contra o mensalão ou as reformas
eleitorais em 62 a. C.
Não existe um Pentateuco
ou um Das Kapital do conservadorismo (o mais próximo que chegamos disso é com O
Credo do Reacionário, de Erik von Kuehnelt-Leddihn), portanto ser um
conservador não é um caminho curto, como é se tornar um esquerdista ou membro
de uma seita, que com alguns poucos cacoetes se conhece um linguajar que é
então aplicado a qualquer aspecto da realidade. Um conservador precisa de
algumas décadas de leitura até concluir a superioridade dessa teoria – e a
única resposta para os esquerdistas continuarem esquerdistas é nunca ler nada
sobre os conservadores.
Contudo, as maiores obras
conservadoras prosseguem como as mais bem construídas estruturações de
filosofia política já feitas. A Democracia na América de Alexis de Tocqueville,
Reflexões Sobre a Revolução na França de Edmund Burke, A Rebelião das Massas,
de Ortega y Gasset, Ideas Have Consequences, de Richard M. Weaver, The
Conservative Mind e Política da Prudência, de quem melhor compilou o
conservadorismo moderno, Russell Kirk (detentor de 12 doutorados honoris
causa), Ortodoxia, O Homem Eterno e Hereges, de G. K. Chesterton, The Menace of
the Herd e Liberty or Equality, do curiosíssimo Erik von Kuehnelt-Leddihn
(fugitivo da Alemanha nazista que dominava 25 línguas), A Nova Ciência da Política,
Ordem e História e Hitler e os Alemães, de Eric Voegelin (um dos maiores
filósofos da humanidade), O Bode Expiatório, de René Girard – todas obras
praticamente irrefutáveis, que dão conta do melhor da produção intelectual de
filosofia política de seus tempos.
Foram os supremos mestres
da crítica literária, desde Samuel Coleridge e William Wordsworth até Benedetto
Croce com seu seminal Seminário de Estética e T. S. Eliot e as Notas Para a
Definição de Cultura - sem mencionar Lionel Trilling fazendo uma autópsia do
esquerdismo com The Liberal Imagination. Foram gigantescos romancistas, de
Nabokov e de Maistre a Thomas Mann e Unamuno.
São disparados os maiores
economistas do mundo, com Ludwig von Mises, Böhm-Bawerk, Thomas Sowell,
Friedrich Hayek, Tom Palmer, Huerta de Soto, Henry Hazlitt, Izrael Kirzner e
homens capazes de prever crises em detalhes anos antes de ocorrerem, como
Gerald Celente e Peter Schiff.
São os fugitivos das
tiranias mais espúrias, sendo os principais jurados de morte dos maiores totalitarismos
do mundo: o nazismo e o comunismo. Como Platão havia previsto, não há obra mais
chocante sobre a tentativa de criar uma Sião terrena do que Arquipélago Gulag,
de Alexandr Solzhenitsyn.
Também por isso são os maiores
satiristas dos planos políticos de todos os tempos – a sátira é basicamente
conservadorismo em forma de piadas. Jonhatan Swift e seu terror ao “bem comum”,
Samuel Johnson, Karl Krauss, Paulo Francis, o atual Matei Vișniec e os supremos
H. L. Mencken, Malcolm Muggeridge e P. J. O’Rourke – e quem não ri hoje de como
John Stossel e Jay Leno reduzem a pó os planos de controle estatal?
Claro que graças ao mesmo
material também escrevem tragédias desesperançosas. Conservadorismo é o
pessimismo político em estágio de descrença total. A maior distopia do século
das distopias, O Zero e o Infinito (Darkness at Noon), de Arthur Koestler, é
conservadorismo puro – mas há traços conservadores em Kafka (tanto em O
Processo quanto Na Colonia Penal), Laranja Mecânica (Anthony Burgess), A
Revolta de Atlas (Ayn Rand), O Deus da Máquina (isabel Paterson) e, claro, até
nas obras de um social-democrata como George Orwell, com sua Revolução dos
Bichos e 1984.
Seus políticos são
conhecidos como os homens que, bem ou mal, lutaram com todas as forças contra
regimes de tirania mundo afora, aumentando a liberdade e, com isso, a
prosperidade de seu povo, criando riqueza onde antes não existia. O Nobel de
Literatura Winston Churchill, Sebastian Piñera, Ronald Reagan, Benjamin
Disraeli, Margaret Thatcher, o Nobel da Paz (e um dos raros que o honra) Lech
Wałęsa, o também poeta e pensador Václav Havel, Barry Goldwater, John Adams,
Conrad Adenauer, Martin Luther King pai, Álvaro Uribe, Ursula von der Leyen…
São obras que nunca são
sequer mencionadas em Universidades, do contrário a hegemonia esquerdista
desapareceria em questão de uma década. Ao invés disso, criticam
“conservadores”, afirmando que conservador é quem “conserva” – como afirmou
Alexandre Borges, com este nível de debate, o próximo passo na escala evolutiva
será comer de garfo e faca. Todavia, sendo detentor de uma tradição que vem de
Platão a Ben Shapiro, de Aristóteles a Roger Scruton, de Cícero a David
Horowitz, como não morrer de orgulho de ser um conservador, ao invés de um
repetidor de cacoetes sobre desigualdade através de Marx e marxistas, como faz
a esquerda?
Quantos jornalistas,
professores de Universidade, intelectuais, artistas, blogueiros e demais
formadores de opinião conhecem um quinto desta lista? Quantos os tomam como
modelo e ápice a ser desejado? No entanto, quando aparece uma única jornalista
com opiniões que até simplesmente pareçam conservadoras, o medo dessa opinião
dispara o alarme – e falam como se “os conservadores” estivessem em toda parte,
quando quem está em toda parte são pessoas criticando os conservadores que,
supostamente, estariam em toda parte. A bem da verdade, são quase inexistentes
nesse continente.
Uma única opinião
não-esquerdista em toda a mídia é perigosa – e deve ser eliminada. Como não
pode ser confrontada de frente, inicia-se uma campanha de difamação. Ao invés
de se criticar o que Rachel Sheherazade tenha dito, apenas se diz que ela é
conservadora – e, portanto, motivo de vergonha. E não pára por aí.
Uma filosofia política é
mais do que o seu nome
O nome dado a esta
filosofia política foi escolhido entre vários possíveis, mas ficou
“conservadorismo”, pela ênfase no progresso gradual, no respeito a fórmulas já
testadas, a rejeição a experimentos sociais e destruição de costumes e
ordenamentos que não possam ser revertidos. Poderia ser qualquer outro nome,
como “moralizantismo” ou “realitismo”. Mas, desconhecendo completa e
integralmente o que criticam, resta aos esquerdistas criticar “conservadores”
afirmando que são pessoas que querem conservar as injustiças do mundo.
Segundo esta mentalidade,
um “conservador”, ao subir ao poder depois de 12 ou 16 anos de PT, conservaria
tudo como encontrasse, porque ele “conserva”. Não é, de forma alguma, algo
inteligente, ou com noções primitivas de realidade.
Um estilo artístico, uma
aposta no poker, o treinamento de um jogador de tênis – todas essas coisas
podem ser “conservadoras”, mas nada têm a ver com o “conservadorismo”, que é
uma filosofia política que apenas tomou de empréstimo este nome dentre outros
possíveis. É preciso uma gramática política para discutir em níveis
basiquíssimos com quem não conhece o conservadorismo.
Rachel Sheherazade,
segundo colunista social, causa “vergonha” por suas “opiniões conservadoras”
até em colegas do SBT – sem nenhum nome citado.
Quando criticam as
“opiniões conservadoras” de Sheherazade, não apontam um único e mísero erro que
Sheherazade possa ter cometido. Apenas imputam-lhe o rótulo de conservadora –
e, voilà, trabalho feito de impedir que alguém preste atenção no que diz.
É um pensamento que
confunde proposição com conclusão – um método comum à mentalidade
anticapitalista. Uma proposição analítica só é verdadeira quando sua negação é
contraditória em si mesma (ex.: todos os cães que latem, latem). Todavia,
tomada como conclusão, não perfaz um silogismo válido – não se prova nada,
apenas se garante que estamos falando uma asserção auto-declarada.
A cruzada contra Rachel SheherazadeQuando isto é usado como silogismo,
apenas nos fechamos num círculo: conservadores como Rachel Sheherazade não
devem ser lidos porque são conservadores, e não se deve ler conservadores
porque são conservadores. Não há nenhum argumento mais robusto contra
conservadores do que correr atrás do próprio rabo em público assim.
Há campanhas para
demiti-la na internet. Há petições que exigem que ela seja multada por ter
opiniões discordantes da esquerda. Chegou-se ao cúmulo de uma das pessoas mais
histriônicas e desconhecedoras do assunto de que trata, o pretenso “filósofo” Paulo
Ghiraldeli Jr, em sua página, desejar que Rachel Sheherazade seja estuprada em
2014.
Ghiraldelli negou,
afirmando ter sido “haqueado” (sic), muito estranhamente: o “filósofo” chamou
Rachel de “Sheherazedo” na mensagem, epíteto que tentou colar na apresentadora
sem sucesso (embora falar de Paulo Ghiraldelli Jr. e “sucesso” no mesmo dia
seja uma auto-reductio ad absurdum), e que apenas ele (nem seus alunos) usava
repetidamente há meses.
O movimento feminista
(este marxismo que apenas troca “classe” por “gênero”), que tão preocupadamente
fala sobre estupros, no máximo deu uma notinha de repúdio a Ghiraldelli – mas
com as ressalvas de sempre. Lola Aronovich, espécie de líder atual do
movimento, disse que Ghiraldelli não é de esquerda, e sim um “reaça” – portanto,
criticá-lo é criticar os “reaças”. Já a página do Facebook “Feminismo em rede”
apenas fustigou o assoalho com o pézinho e apontou o dedo: “Paulo Ghiraldelli,
você é machista!” – presumindo que elas considerem qualquer forma de
conservadorismo “machismo”, devem considerar que a própria Rachel Sheherazade,
casada, cristã e mãe de dois filhos, também seja “machista” – ou seja, apenas
igualaram o agressor à sua vítima. Elas por elas.
O feminismo, como toda a
mentalidade esquerdista, apenas pratica a animalização da linguagem, isto é, ao
encontrar um ser humano ou um texto de suas idéias, apenas cheira as partes
íntimas do interlocutor para saber se ele faz parte do seu bando ou de um bando
“rival”. Se fizer parte do seu bando, será defendido, mesmo sendo injusto ou
errado. Se fizer parte do bando inimigo, faz parte de uma massa homogênea de
“inimigos”, todos iguais, todos preconceituosos, imbecis, tiranos, injustos e
perigosos, e merecerá toda a sorte de impropérios. O feminismo não se trata de
defesa das mulheres – trata-se de defesa de feministas. Como qualquer torcida
organizada de futebol.
Tudo é uma estratégia para definir
limites de pensamento. Esquerdistas dizem gostar de “diversidade” (a coisa mais
reacionária que existe), mas não aceitem que alguém ouse discordar de um
pensamento único que querem impor – o politicamente correto. É um movimento de
massas coletivizadas e homogenizadas à força, de fora e de cima. Lutam por sua
liberdade, desde que você seja livre para concordar com eles. Pode-se até não
ser esquerdista, mas Rachel Sheherazade? Esta não pode.
Apenas assim podem
“debater” com os maiores pensadores do mundo: atacando sua imagem, e não
refutando suas idéias. Nenhum esquerdista, nem os considerados mais geniais,
analisam em detalhes a obra de conservadores, ou de liberais. Apenas pegam
trechos manipulados (até de vídeos no Youtube que não assistem inteiros, como
os de Olavo de Carvalho) e xingam, xingam, xingam. Nunca encaram sua obra
filosófica, moral ou mesmo jornalística e a debatem de frente.
“Você pode ser livre, mas
nunca aproximando-se de Olavo de Carvalho / Reinaldo Azevedo / Rodrigo
Constantino / Luiz Felipe Pondé / Rachel Sheherazade. Do limite da direita da
extrema-esquerda não se pode passar.”
Já um conservador conhece
todos os nomes da esquerda, porque é praticamente impossível desconhecê-los.
Rousseau, Marx, Lenin, Stalin, Marcuse e a Escola de Frankfurt, Sartre,
Gramsci, Mao, Lacan, Foucault, Chomsky, Žižek, Mészáros, Eagleton – todos são estudados
e esmerilhados em detalhes nas obras de conservadores.
Muitos livros de
conservadores são basicamente refutações a Marx e os ditames da esquerda
modernosa (Voegelin, Kołakowski, Croce, Mises, Tom Palmer, Yuri Maltsev, David,
Gordon, Gary North, Ralph Raico, David Osterfeld, Murray Rothbard – todos
demoliram a pó seus argumentos em inúmeras obras). Isto sem falar em
verdadeiras análises pontuais (e refutações) completas dos intelectuais da
esquerda, como Intelectuais e a Sociedade e Intellectuals and Race (Thomas
Sowell), Intellectuals: From Marx and Tolstoy to Sartre and Chomsky (Paul
Johnson), Thinkers of the New Left (Roger Scruton), Leftism: From de Sade and
Marx to Hitler and Marcuse (Kuehnelt-Leddihn), The Anti Chomsky Reader e The
Black Book of the American Left (David Horowitz) e tantos outros.
Ser conservador é evitar a
solução fácil, que acha que só existem opressores e oprimidos (e que todos os
bons são oprimidos, todos os que discordam dos métodos são opressores). Qual o
caminho a ser dado aos “opressores”, senão a guilhotina, a câmara de gás e o
paredón? Qualquer conclusão contrária à sua é sempre preconceito (e, portanto,
não merece ter a liberdade de ser divulgada), quem ache que qualquer descrença
em seu reformismo forçado é obscurantista (logo, quer voltar à Idade das
Trevas), qualquer um que tenha previsto uma conseqüência que ele não previu é
traidor, golpista, elitista e tem “interesses de classe”, todos aqueles que
pensam de outra forma são imbecis que não merecem ser ouvidos – ou protegidos
da morte.
Não é à toa que esquerdistas se
confundem tanto com conceitos primitivos (escandalizam-se quando alguém diz que
o nazismo é de esquerda), e chamam todos os discordantes de “fascista” (e
também de “reacionário”, que poderíamos tomar por elogio, já que foram os
maiores inimigos dos fascistas – eram jurados de vingança nos dois hinos dos
totalitarismos que mataram 150 milhões de pessoas no séc. XX, a Internacional
Socialista e no hino nazista, a Canção de Horst-Wessel).
Todavia, a esquerda
defende, 100% iguaizinha aos fascistas, tudo dentro do Estado, tudo para o
Estado, nada contra o Estado: economia dirigida e centralizada, aversão brutal
às privatizações e ao mercado (os “burgueses”, os “judeus” de ontem). E, claro,
odeiam israel com todas as forças de sua crença.
Quando finalmente se
escapa da gaiolinha de conceitos fracos da esquerda e se começa a entender por
que essas contradições se dão – e como a realidade realmente é – chega-se ao
conservadorismo (não “conservando” o mundo ridiculamente injusto e
não-conservador como está). É um pensamento político complexo e sem um “manual
em 10 passos” – apesar d’Os 10 Princípios Conservadores, de Russell Kirk, quem
melhor conseguiu compilar e resumir o conservadorismo para não iniciados.
Infelizmente, uma filosofia robusta, mas fadada a sempre ser acionada, aderida
e lembrada apenas quando é tarde demais.
E percebe-se, afinal, que
não foi do dia pra noite em que alemães e russos, povos incrivelmente mais
cultos do que nós, acordaram e resolveram votar em quem queria acabar com o
“problema judeu” através da “solução final”, decidida à beira do lago Wansee,
em 20 de janeiro de 1942 – ou praticar a “reeducação de burgueses sem
consciência de classe” no Gulag soviético.
Não foram tiranias
impostas – foram colocadas lá nos braços sorridentes do povo, marchando e
enaltecendo seus “salvadores”. E tudo começou sempre culpando os mesmos, mas
cada vez com um nome: o burguês, a classe média, o judeu, o comerciante, o
explorador, o conservador, o obscurantista do passado, que deveria ir para a
lata de lixo da História.
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