Professor Sizenando Leal |
"O que é mesmo a minha neutralidade senão a maneira cômoda, talvez, mas hipócrita, de esconder minha opção ou meu medo de acusar a injustiça? Lavar as mãos em face da opressão é reforçar o poder do opressor, é optar por ele." Paulo Freire
Em todo o Brasil, o quadro de miséria dos professores é uma característica quase geral, atingindo quase todos os estados e municípios. A corrupção que é responsável pelo desvio de milhões de reais e os baixos níveis de investimentos na educação pública são os principais responsáveis pelo caos vivido historicamente pela educação que tem servido para garantir o STATUS QUO da sociedade dividida em classes sociais, baseada na exploração dos que vivem do trabalho.
As leis que beneficiam os professores sempre encontram entraves, ou nascem mortas por força de manobras ou dualidades que dão a prefeitos e governadores "brechas" que impedem a execução. A Lei 11.738/08, não muda radicalmente a situação dos professores, mesmo assim não está sendo respeitada em uma grande quantidade de municípios e estados. A interpretação menos vantajosa, ou até mesmo prejudicial aos professores é a que está sendo praticada. Até a forma de reajuste do valor do piso, baseada no custo aluno-ano está sendo ameaçada, existindo um movimento de prefeitos e governadores para mudar o critério, tentando impor o reajuste através do INPC. Sem contar que em 2009 já "passaram a mão" no reajuste do piso, que ficou com o mesmo valor de 2008, prefeitos e governadores querem agora confiscar quase 12% do valor determinado para 2014. pelas contas do MEC, o piso deveria ser de aproximadamente R$ 1.865,00. o valor que a maioria dos prefeitos e governadores querem um reajuste de 7,7% passando R$ 1.688, uma diferença de R$ 177,00 a menos.
Na Paraíba, o governo Ricardo Coutinho segue a mesma politica dos governos anteriores. Salários de menos e propaganda demais.
Na Paraíba, os sucessivos governos, fieis representantes das oligarquias e dos interesses da classe dominante, impuseram políticas educacionais desastrosas: Escolas sem a menor estrutura física, e políticas salariais que desvalorizam profissionalmente os professores, fizeram com que estado alcance, a cada ano, os piores índices educacionais do Brasil que por sua vez ocupa rankings vergonhosos para um país que ocupa o 7º lugar na economia mundial.
Os professores efetivos com formação superior percebem valores brutos abaixo de 2,5 mínimos. A situação piora quando os professores se aposentam. O governo “socialista” de Ricardo Coutinho, fazendo uma imitação grosseira do que há de pior na política de remuneração dos governos do PSDB, do DEM, do PMDB etc, copia o modelo meritocrático que ao invés de oferecer uma política salarial que torne a carreira de professor atraente, dá bônus, bolsas, prêmios a professores em função de metas alcançadas, sem oferecer as condições necessárias para melhorar a situação dos professores e da educação. A incorporação da GED – Gratificação de Incentivo à Docência – aos vencimentos e a criação de uma bolsa denominada de bolsa avaliação, além de discriminar os aposentados, deixou claro o caráter privatista e individualista do projeto de educação em desenvolvimento.
A situação salarial dos professores de Campina Grande, cidade polo tecnológico e universitário é vergonhosa.
A situação salarial dos professores de Campina Grande é vergonhosa. Fruto de uma pratica de arrocho salarial de mais de 30 anos que se aprofundou no Governo Veneziano e continua no atual governo do PSDB. Os salários dos professores de Campina Grande estão muito abaixo do que recebem os professores de municípios como Areial, Arara, Alagoa Nova, Esperança, Pocinhos, Massaranduba, Fagundes, Remígio e na maioria dos municípios pobres da Paraíba.
NO DIA DOS PROFESSORES, O QUE COMEMORAR?
Diante de toda a desvalorização dos professores, da falta de investimento e das dificuldades no exercício do trabalho docente, no dia do professor temos o que comemorar? Pela situação salarial, pelas condições de trabalho, pela precariedade da relação trabalho nada temos a comemorar. O pouco que temos a comemorar, está no campo da resistência aos processos privatistas e as tentativas de submissão do governo federal, dos governos estaduais e municipais. Temos que comemorar as lutas que deixam acesas as chamas da esperança de um dia através das lutas conscientes alcançarmos dias melhores para nós professores e para a educação pública. Temos que comemorar o espírito de luta e a coragem dos professores do Rio de Janeiro que lutam bravamente contra os governos autoritários de Sérgio Cabral e Eduardo Paes, enfrentando a policia e as mentiras da mídia. em defesa dos seus salários, de suas dignidades e defendendo uma educação pública de qualidade.
No dia do professor, saudações aos que tem consciência e disposição de luta.
Sizenando Leal Cruz
Professor da Escola Estadual São Sebastião
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