Procurador-geral reclama de demora do STF sobre mensalão do PSDB


Vladimir Chaves

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou que o julgamento do mensalão mineiro, também chamado de valerioduto tucano, está demorando para entrar na pauta do Supremo Tribunal Federal (STF).

Gurgel, contudo, disse acreditar que esse julgamento poderá acontecer no começo de 2014, tão logo seja concluído pelo STF o julgamento da ação 470, a do mensalão do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “Efetivamente já se passou muito tempo e é fundamental que esse julgamento ocorra com a maior brevidade possível”, disse o procurador-geral, que deixará o cargo no próximo mês.

O mensalão mineiro é considerado pela Procuradoria e pela Polícia Federal o embrião do esquema usado depois pelo PT. Ele ocorreu em 1998, na tentativa de reeleição a governador de Minas do hoje deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB).

Tanto no esquema do PSDB quanto no do PT, o suposto operador era o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza. Todos os envolvidos negam ter ocorrido irregularidades.

São três ações sobre o mensalão mineiro. Duas tramitam no STF, tendo como réus Azeredo e Clésio, que têm foro privilegiado. A outra, que tramita na Justiça mineira, tinha dez réus, mas o ex-ministro Walfrido dos Mares Guia (PSB) já se beneficiou da demora da Justiça e teve a acusação prescrita. A pena pelos crimes de peculato (usar cargo público para obter vantagem) e lavagem de dinheiro, pelos quais foi denunciado, prescreveu por ter completado 70 anos em novembro de 2012. Ele sempre negou os crimes.

O procurador-geral fez as declarações quando foi à sede do governo de Minas, comandado pelo PSDB, para receber a Medalha JK, na última sexta-feira. A comanda foi concedida a ele em 2009, pelo então governador tucano Aécio Neves, atualmente senador. Na época, ele não pode comparecer. Ele almoçou com o governador Antonio Anastasia (PSDB).

Gurgel tem sobre a sua mesa desde 2011 representação dos opositores de Aécio em Minas que pedem investigação sobre suposta irregularidade que o senador teria praticado ao não relacionar nos seus bens participação na rádio Arco-Íris, de BH. Aécio nega.

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